segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Silêncio





Mais uma manhã fria surgia, mas não era tão fria quanto o meu coração. Coração esse que estava cheio de pesares e apesares, que por sua vez não era tão frio quanto palavras inesperadas, que queimam mais do que o fogo.

O céu que agora está claro, já esteve nublado, e não pude distinguir seus significados. Outrora minha mente estava clara, agora jaz nublada, diante da falta de perspectiva do momento seguinte, da palavra seguinte.

A espera do sol não é mais dolorosa do que a espera do som, onde reina o silêncio puro. Puro, branco e frio, como o gelo.

Se ao menos eu pudesse quebrar esse silêncio... aspirar o ar com meus pulmões, o aquecer, fazer vibrar a minha corda vocal...

É em vão.

Não se pode quebrar uma muralha com um sopro. Não se pode vencer a pedra com o ar. Nem quebrar o silêncio com uma palavra.

Palavras frias e inesperadas que queimam mais do que o fogo. Que são mais frias que o meu coração, que é mais frio que essa manhã. Manhã sem nuvens e sem dúvidas.


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