Aqueles dias não estavam sendo fáceis.
Parece que eu havia chegado em mais um daqueles momentos da vida em que várias situações testam tudo aquilo que você acredita e de repente você encontra um dilema: age da mesma forma que tem agido até então ou promove, de alguma forma, uma mudança significativa no seu agir.
Antes de chegar a esse ponto em que começo a narrativa, as coisas estavam aparentemente bem, pela primeira vez há muito tempo. Mas como a vida é uma roda da fortuna, nunca se sabe o que irá acontecer e o que irá te colocar numa posição inferior ou superior.
Naquele momento então, quando percebi que algo me puxava para baixo, resolvi tentar a difícil escalada até o centro da roda, pois no centro eu conseguiria escapar do vai e vem e ainda esperava ver aquilo que causava todo o meu tormento.
Para minha surpresa, ao chegar no centro vi que o motivo que estava causando todo aquele alvoroço era eu mesma!
Todo esse processo se constitui de momentos e tarefas dificílimas e só prossegue quem quer realmente a mudança. Em primeiro lugar havia conseguido chegar até o miolo do vendaval. Primeira tarefa concluída com êxito. O segundo momento foi a percepção da minha auto-sabotagem. Quando chegamos, e se chegamos, nesse ponto, pensamos em desistir. É tão melhor e mais fácil atribuir ao outro a culpa daquilo que atormenta a nossa vida! É tão difícil assumir a nossa responsabilidade! Porque uma vez que a assumimos, entendemos que cabe somente a nós a mudança que queremos na nossa vida, que não tem ninguém para nos dizer o melhor caminho, o que devemos ou não fazer e, por fim, se algo novamente der errado (ou certo, sejamos positivos) a responsabilidade será única e exclusivamente nossa.
Após perceber tudo isso, caí em uma reflexão profunda e de repente me vi recordando momentos passados e tentando identificar se já havia agido daquela forma outras vezes e quais tinham sido as consequências dessa atitude. A resposta veio com certa dificuldade, porque há certas coisas em nosso passado que a nossa mente faz um belo trabalho em ocultar. Depois de muito refletir cheguei a conclusão que antes de alterar alguns comportamentos, deveria alterar os pensamentos que os alimentavam.
Muitos tentam mudar alguns comportamentos, mas quando o pensamento ou a ideia que os cria e os justifica ainda permanece, a chance do erro contínuo aumenta e era isso o que estava acontecendo comigo.
Uma vez que obtive certo esclarecimento a respeito de minha própria claridade, pude olhar para o futuro, ver todos os futuros possíveis caminhos e identificar em qual deles eu gostaria de estar, o que precisava fazer para chegar lá e o que precisava mudar agora, para que isso não pudesse me impedir de alcançar o meu objetivo.
Uma vez feito isso, pulei para outra etapa, a etapa da mão na massa.
É nela que entrei hoje e espero ser bem sucedida.
Considerando meu sucesso nessa etapa (sejamos positivos novamente e acreditemos no potencial para transformação que existe em nós!) espero poder desfrutar da calmaria que o retorno ao centro de mim mesma pode proporcionar.
Espero trazer a luz de volta a mim mesma e que a calma não esteja apenas na superfície, mas também em toda a profundidade que existe em meu ser.