In-Feliz-Idade
jazia aquela que vivia
tempos de mocidade
mas já não tinha
vento que soprasse
que ao menos balançasse
qualquer vestígio de esperança
que alimentasse a criança
que outrora falara o nome do vento
ela foi levada pelo pai, tempo
e nunca mais se ouviu
palavras de um passado
proferidas pelo aleijado
que nunca mais viu
indícios de mudança
num mundo em que a temperança
mora num saquinho
com prazo de validade
porque a feliz-idade
não está mais disponível
só aqueles de mente aberta
a podem tornar compreensível
in-feliz-idade