segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Feliz aniversário?




Aquele dia amanheceu frio. O vento gélido balançava impiedosamente os cabelos de Ana, enquanto ela se perguntava porque não podia balançar impiedosamente o vento de volta. Após rir desse pensamento estúpido, ela se perdeu em pensamentos mais profundos e mais antigos.

Então se viu criança, com um vestido amarelo e com bolinhas, correndo livremente em campo verde. Ela sentiu o calor da infância e sorriu. Como tudo era belo e medonho! Voltou ao seu tempo e viu como tudo ainda continuava da mesma forma. Apesar de ter se tornado adulta, ainda se sentia às vezes com uma sensação de impotência e de inocência em relação ao mundo e as pessoas.

Era 1º de setembro, a primavera estava por aí e seu aniversário de 26 anos também. Esse ano ela iria passar o aniversário dela de outra forma, apenas com ela mesma. Nada de ligações, e-mails, recados, rede sociais. Apenas ela e o belo campo que havia perto da sua casa.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Outra carta...



16 de setembro de 2016, Belo Horizonte.

Olá,

Sei que não esperava mais cartas minhas, na verdade eu também não esperava por isso, mas aqui estou, escrevendo mais uma das inúmeras cartas que já lhe escrevi.

Meu objetivo não é lhe aborrecer e se isso de alguma forma acontece, peço desculpas pelo infortúnio, não é a minha intenção. Por que lhe escrevo então? Sinto saudade? Não creio que seja isso. Apenas tive vontade e se essa súbita vontade tinha a ver com algum desejo inconsciente, não sei, Freud que me desculpe.