Aquele dia amanheceu frio. O vento gélido balançava impiedosamente os cabelos de Ana, enquanto ela se perguntava porque não podia balançar impiedosamente o vento de volta. Após rir desse pensamento estúpido, ela se perdeu em pensamentos mais profundos e mais antigos.
Então se viu criança, com
um vestido amarelo e com bolinhas, correndo livremente em campo verde. Ela
sentiu o calor da infância e sorriu. Como tudo era belo e medonho! Voltou ao
seu tempo e viu como tudo ainda continuava da mesma forma. Apesar de ter se
tornado adulta, ainda se sentia às vezes com uma sensação de impotência e de
inocência em relação ao mundo e as pessoas.
Era 1º de setembro, a
primavera estava por aí e seu aniversário de 26 anos também. Esse ano ela iria
passar o aniversário dela de outra forma, apenas com ela mesma. Nada de
ligações, e-mails, recados, rede sociais. Apenas ela e o belo campo que havia
perto da sua casa.