quinta-feira, 21 de julho de 2016

Tal pai, tal filho?

Às vezes tudo o que eu queria era dar uma pausa da vida corrida e da rotina louca em que estava. Eu trabalhava de 8h às 20h, todos os dias, e ao chegar em casa ainda recebia telefonemas e e-mails com coisas aparentemente extremamente importantes e que precisavam de uma solução imediata.

Aos finais de semana eu limpava minha casa, saia para passear com os meus gatos e os cachorros (sim, meus gatos passeavam junto com os cachorros), escutava música, passava algum tempo na internet e o melhor de tudo, tocava meu piano. Na verdade, era o piano de minha mãe, o recebi de presente assim que me mudei para minha própria casa.

Todos os amigos da família dizem que meus irmãos, Fred e Jorge são a cara do meu pai e que eu sou a cara da minha mãe. No começo eu não gostava muito disso, as pessoas estão sempre dizendo que nos parecemos fisicamente com fulano, que temos o temperamento de ciclano e que somos bons em música como o beltrano. Parece uma tentativa meio frustrada de nos identificar, dando a ideia de que se somos assim, somos porque o fulano também é.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Da terra ao céu



Numa entediante noite de julho, em que aparentemente nada de novo aconteceria, recebi uma mensagem. Um amigo distante estava na cidade e gostaria de me encontrar. Fazia tempo que não mantínhamos contato, mas era aquele tipo de amizade que apesar de ficar muito tempo sem ter contato com a pessoa, quando o reencontro acontece, parece que nada mudou e tudo flui naturalmente.

É preciso dizer que hesitei bastante a respeito desse encontro, mas como não havia nenhuma previsão mais agradável para a noite, resolvi ignorar minha intuição e fui no local e na hora combinada.

A lua estava bem bonita e o céu bem estrelado. Quantas estrelas! Sempre ao olhar para o céu sentia que havia algo que precisava, que pedia para ser interpretado, lido, mas algo me deixava cega. Talvez a maravilha da criação... e então eu me lembrava de algo que me disseram uma vez: “não há tempo para se maravilhar com as coisas de Deus”. Não sei até que ponto eu concordava com isso, na verdade, acho que nem ao menos concordava, mas era sempre engraçado me lembrar disso.